martes, 13 de noviembre de 2012

CONOSCA EL MARCO DE LA CULTURA EN EL FSM


TERMO DE REFERENCIA DA CULTURA NO FSM

01. A Cultura movimenta a história, irriga as florestas, carrega a memória e o destino, cria e transborda as práticas de nossa Política. Ela é a subjetividade de nossa organização, nosso jeito de reunir, planejar, tomar decisões, atuar, refletir, reconhecer, resistir e transformar. Ela media a produção e reprodução da vida cotidiana, como nascemos, alimentamos, brincamos, amamos, falamos, transamos, fazemos amor, trabalhamos, rimos, dançamos, sonhamos, casamos, sofremos, organizamos, resistimos, educamos nossas crianças e enterramos nossos mortos. É como entendemos a nós mesmos no mundo e como vivemos esse entendimento. Se não a entendermos e fazermos nossa própria cultura, podemos ser dominados e traídos sem percebermos, atuando contra nossos próprios interesses. Urge então que o Fórum Social Mundial 2009 assuma a Cultura como a forma das estratégias e ações da sociedade civil organizada e dos movimentos sociais, para que os conteúdos e os valores defendidos possam ser imaginados, representados e expressados independente e criativamente, em nossas linguagens múltiplas, de manifestações diversas e inclusivas;

02. Esperamos aprofundar e ampliar os consensos que organizam nossas lutas políticas por outros mundos possíveis pela compreensão e integração da Cultura como dimensão prioritária nas políticas e processos de transformação sócio-econômico-ambiental, coerente com a Carta de Princípios do FSM. A Cultura deve ser vista como um espaço histórico de valorização e reinvenção das formas e sentidos da vida a partir de uma ética e estética que refletem os valores e o sentido das transformações que defendemos;

03. O Fórum Social Mundial deve ser um espaço de articulação, encontro e conexão entre indivíduos, grupos e movimentos culturais e sociais que tenham como metas encontrar formas criativas, aprofundar e ampliar os caminhos de comunicação entre os vários setores das sociedades e dos povos comprometidos com a transformação dos valores e das práticas dominantes;

04. É fundamental que se crie no FSM, um espaço de valorização da Cultura como uma expressão dos valores e dos princípios que organizam as relações humanas e o mundo político, promovendo um diálogo articulado e fértil entre as tradições e saberes dos povos, as expressões e práticas artísticas e os discursos políticos estabelecendo novas formas de comunicação;

05. O FSM deve desconstruir a lógica mercantil da Cultura dominante e valorizar as Culturas dos povos e suas expressões artísticas, na medida em que é nela que os valores e os direitos humanos são visibilizados, os novos signos são produzidos e incorporados, atuando como agentes efetivos de afirmação das identidades, da elevação da auto-estima e, conseqüentemente, das transformações que permitam a experiência da emancipação dos diversos sujeitos, da defesa da biodiversidade e da sustentabilidade da vida do Planeta;

06. O FSM deve ser o espaço que propicie o encontro entre as várias linguagens de reflexão e comunicação das práticas e mensagens, na busca de outros mundos possíveis; e a possibilidade da materialização de pedagogias que inovem e permitam a construção ou ampliação de métodos, processos e ferramentas educativas por meio dessas múltiplas linguagens articuladas;

07. A transversalidade da Cultura é garantida fundamentalmente pela comunicação não apenas instrumental, mas especialmente entre os comprometidos com a transformação social, já que a imprensa e os meios dominantes são voltados para o mercado, limitando de forma destrutiva o direito à informação;

08. Que a Cultura assuma uma transversalidade em todas as iniciativas como busca de novas ferramentas informativas, dialógicas, educativas e sensibilizadoras de comunicação, essenciais para a expansão estratégica das mensagens que defendemos. É na interface entre Cultura – Comunicação - Política que as estratégias e as ferramentas transformadoras devem ser pensadas;

09. As manifestações culturais e políticas dentro do FSM devem valorizar prioritariamente as vozes dos grupos “subalternizados”, vozes daqueles e daquelas que geralmente estão invisíveis, inaudíveis em decorrência da predominância dos valores definidos pelas classes dominantes e pelo chamado “mercado”;

10. As iniciativas culturais e artísticas deverão valorizar prioritariamente os temas Amazônicos, ambientais e as questões urgentes relacionadas à mudança climática no Planeta;

11. A Cultura Amazônica no FSM deve ser devidamente mostrada a partir dos verdadeiros signos que a tornam berço da maior biodiversidade planetária. Não mais no campo do exótico, mas do re-conhecimento e valorização de suas peculiaridades inerentes, capazes de dialogar, se comunicar, acolher e promover uma síntese criativa entre Ocidente e Oriente, Sul e Norte, por um outro mundo possível;

12. Neste sentido o GT de Cultura propõe o desafio para o FSM de 2009: a construção de uma metodologia dialógica que estimule a articulação das tradições dos povos e das atividades artísticas com os seminários, palestras, depoimentos. Assim, esperamos que a apresentação dos objetivos, dos temas e discussões, sejam momentos de vivências, reflexões e partilhas criativas que se estendam para muito além do instante de realização do grande encontro, capazes de provocar transformações pessoais cotidianas, para que então alcancemos a tão sonhada coletividade humana mundial.

TERMO DE REFERÊNCIA construído no Seminário do GT CULTURA, PREPARATÓRIO AO FSM 2009 – 28 e 29 de Agosto de 2008, em Belém.

Contribuições na síntese: Iara Pietricovsky de Oliveira, Déa S Melo, Dan Baron.

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